Bons dias sempre!
Bem vindo seja a esta
floresta, permita-se dar e receber a luz do conhecimento.
Que seu dia seja radiante como
nos é a Luz do Sol e a alegria refletida pela Lua.
"PARA O TAO, A VIRTUDE É
O MESMO QUE AS ASAS PARA O PÁSSARO. SE FALTA UMA, A OUTRA É INÚTIL. POR ISSO,
DEVER-SE-IA FAZER UM ESFORÇO COM O CORAÇÃO PURO EM RELAÇÃO À LEALDADE, AO
RESPEITO INFANTIL, À HUMANIDADE, À JUSTIÇA E ÀS CINCOS LEIS (DO BUDISMO)."
Muito se fala sobre as
maravilhas Teosóficas do oriente, porém, em nossa atual sociedade, pouco se
explica realmente sobre os pilares de algumas das teosofias vivenciadas por
estes povos e que hoje se encontram convivendo com a sociedade que reside no
ocidente.
Hoje, seguimos uma de nossas
séries de compartilhamentos de algumas dessas antigas filosofias que até hoje
mantem vivas suas tradições e práticas, abordamos hoje sobre o Tao, ou Taoísmo.
Nesta Teosofia, ao compararmos
com muito que se tem no mundo ocidental quando falamos de espiritualidade e
auto-conhecimento o chamado "taoísmo" encontra-se fundamentado em
três pilares, sendo eles:
1 - Ti, O Soberano Celeste.
2 - T'ien, O Céu.
3 - Tao, A Estrada.
Aos muito curiosos de plantão,
esclarecemos que as informações apresentadas aqui foram extraídas de livros
básicos, necessários e fundamentais aos estudantes desta filosofia, entre eles
o mais consultado é o livro "A Doutrina da Flor de Ouro" considerado
por muitos adeptos uma obra clássica do segredo da flor de ouro, sendo assim,
conhecido como um texto básico da meditação taoísta da China do século XII.
A conversa de hoje é uma
continuação do que foi compartilhado no dia 5 de Fevereiro, onde apresentamos a
você o que seriam os conceitos básicos sobre estes três pilares antes de
chegarmos na mensagem de hoje, que é a experiência do Tao na doutrina interior.
Boa Leitura!
+ + + + + + + + + + + + +
A doutrina ocidental é uma
ciência que procura compreender o "Tao" do modo mais objetivo
possível e explicá-lo como fenômeno psíquico individual, em contrapartida, no
Taoísmo oriental, trata-se de criar uma atitude subjetiva diante da vida, em
que o exercício desempenha importante papel, objetivando permitir a
manifestação do Tao na vida cotidiana. Sem o caminho da introspecção profunda e
ampla, carecemos da experiência para compreender o processo do caminho interior
através das paisagens telúricas do inconsciente, correríamos o risco de nos
perder nas suas sombras.
O principal interesse dessa
doutrina é a "Circulação da Luz", porque a "Flor de Ouro"
representa a "luz" do yang puro que é experimentado na quietude do
yin puro da introspecção profunda da meditação. Na Doutrina da Flor de Ouro, a
"conscientização" significa a manifestação do Grande Uno, a
circulação através de duas esferas - Homem e Tao, humano e divino, consciente e
inconsciente - é descrita da seguinte maneira:
"O centro dessa
circulação está situado entre os olhos". Como os olhos representam a
consciência profunda, o "centro" da circulação, onde ocorrem as
mudanças do micro/macrocosmo como manifestação do Tao pode ser chamado de
"Terceiro Olho", simbolizando assim uma consciência de nível
superior, nascida da transcendência do consciente e do inconsciente.
+ A EXPERIÊNCIA DO TAO NA
DOUTRINA INTERIOR +
O Chou I Ts’na T’ung Ch’i, de
Wei Po-yang, é a mais antiga fonte ainda conservada da doutrina do Elixir de
Ouro. Essa obra explica o ensinamento do Tao – com base na filosofia do I ching
ou Chou i, segundo seu título – como a penetração no segredo do Grande Uno ou
mundo do I, como um processo contínuo, harmonioso e dinâmico do Tao-yin-yang no
micro/macrocosmo ou como unificação com o Grande Uno por meio do exercício de “sentar-se
em silêncio”.
+ A HISTÓRIA DO TAOÍSMO
Inicialmente, é importante
distinguir os dois ramos do Taoísmo: 1. O taoísmo como Filosofia (Tao Chia), como doutrina não religiosa; e 2. O
taoísmo como religião (Tao Chiao), como culto, seja este profano (taoísmo
popular), ou sagrado. O primeiro é representado pelos conhecimentos clássicos
dos séculos VI e IV a.c., enquanto o último foi organizado pela primeira vez,
como culto influenciado pelo budismo, por Chang Li, na dinastia Han mais
recente, após a introdução do budismo na China por volta do início da era
cristã. No entanto, ambas as formas do taoísmo existiram simultaneamente na China
antiga, uma ao lado da outra.
+ TAO CHIAO – O TAOÍSMO COMO
CULTO
Quando, aconselhado por Tung
Chung-shu o imperador Wu Ti declarou que o confucionismo seria a doutrina
oficial, já existiam diversas escolas filosóficas, entre elas a Tao Chia que
ocupava lugar posição de liderança. Com o decreto do imperador, a Tao Chia
perdeu a sua posição de superioridade, mas, em compensação, tornou-se cada vez
mais conhecida pelo povo. Isso porque a doutrina do Tao se coadunavam
facilmente com a forma popular secularizada no Tao Chiao.
O Tao Chiao, fundado por Chan
Ling, continuou a ser ensinado por seu filho Chang Heng,e mais tarde pelo neto
Chang Lu. Denominado Tao dos Cinco Calamins de Arroz ou Tao do Mestre Divino,
ele parece estar em relação estreita com os Turbantes Amarelos de Chang
Chiao,no período Ho-kuang. Parece que ambas as direções exerceram grande
influência sobre o povo, graças à cura de doentes: o Tao dos Turbantes Amarelos
por meio de fórmulas mágicas e água sagrada e o Tao dos Cinco Calamins de Arroz
mediante fórmulas mágicas e amuletos.
Segundo as memórias de Hsiang
K’ai, o imperador Huan Ti, da dinastia Han mais recente, teria venerado tanto a
Buda como a Lao-tzu, e essa duplicidade de culto teria sido largamente
difundida entre os cortesãos e suas famílias. Essas memórias fazem crer que o
budismo tenha chegado à China sob a capa do culto ao Tao, pois o budismo já
estava grandemente desenvolvido e organizado na China, e exercia grande
influência em ambos os cultos do Tao.
O Tao Chiao floresceu sob a
dinastia T’ang, porque a família imperial tinha o nome Li, o mesmo de Lao-tzu. Mas,
sob a dinastia T’ang, floresceu, antes de tudo, o budismo chinês, que exerceu
influência em todas as esferas da vida. Sofrendo essa dupla influência do
budismo e do taoísmo, o confucionismo começou a se transformar, e confucianos
famosos como Han Yu e Li Ao, prepararam o caminho para o neoconfucionismo. O culto
do Tao como religião recebeu igualmente forte impulso do budismo e do
confucionismo e preparou, desse modo, o caminho para as três ordens taoístas
fundadas no século XII.
+ O NEOTAOÍSMO
O confucionismo Han, fundado
por Tung Chung–shu ressalta a doutrina da sintonia entre o homem e a natureza,
uma convicção profundamente arraigada na filosofia chinesa, e, por isso, se
ocupa pormenorizadamente dos fenômenos naturais. O neotaoismo, contudo, passou
por cima desses fenômenos, buscando uma realidade que, em tempos de
transformação e confusão, fosse capaz de oferecer um princípio de vida, e as
idéias e formulações que os neotaoístas encontraram, em sua busca de uma
realidade acima das coisas, tornaram-se orientadoras para o budismo posterior e
também para o neoconfucionismo.
O objetivo do neotaoísta, que
é a realidade superior do não–ser original, equipara-se ao desejo da
imortalidade do culto secular do Tao, para o qual a individualidade verdadeira
e absolutamente livre transcende o mundo fenomenal da sociedade corrompida, da
transformação e de confusão. A experiência dessa liberdade absoluta do homem
interior é equiparada, na doutrina do Elixir Interior, ao Tao onipresente no micro/macrocosmo, e isso é claramente exposto pela primeira vez no Chou I Ts’na T’ung
Ch’i.
+ CHOU I TS’NA T’UNG CH’I
Aproximadamente na mesma época
em que tiveram início, no neotaoismo, o taoísmo religioso e o filosófico, Wei
Po-yang escreveu a obra Chou I Ts’na T’ung Ch’i. Como o título sugere
(penetração, identificação, unificação com o mundo das alterações – isto é, com
o Altíssimo – do Chou), a obra descreve a experiência do Altíssimo, da Flor de
Ouro do Tao-yin-yang, segundo a doutrina do Elixir Interior, a experiência que
se obtém por meio da respiração durante a meditação baseada na filosofia do I
ching e do I da escola Han, a experiência das alterações tais como foram
praticadas pelo oráculo das imagens e dos números, no primeiro período Han.
+ A COSMOLOGIA DO I CHING
Aos novos que chegam nesta
informação, mesmo já tendo ouvido sobre o I ching, saiba que a base dele é
constituída por oito trigramas (pa-kua), sendo cada um deles composto de uma
combinação de três traços partidos (yin) e três traços inteiros (yang),
portanto: ||| :|| |:| ::| ||: :|: |:: :::
. Cada dois desses oito trigramas são combinados num hexagrama de seis linhas,
o que dá como resultado 64 hexagramas diferentes.
Segundo a tradição, os oito
trigramas e alguns dos hexagramas remontam ao lendário imperador Fu Hsi e
outros hexagramas ao rei Wen, um do fundadores do Chou. Continua, no entanto, a
dúvida acerca de seu autor. O apêndice do I ching, conhecido pela designação de
“dez asas”, é atribuído a Confúcio.
A doutrina do yin–yang já era
conhecida nos tempos mais remotos. No período Ch’un Ch’iu, os signos “ch’ien, o
céu; k’um, a terra, e ao mesmo tempo, a mãe; sun, o vento; li, o fogo; ken, a
montanha; chen, o trovão e o filho mais velho; k’an, a água” também eram
conhecidos. Essa concepção, ampliada da maneira abaixo indicada, aparece com
base no yin-yang no capítulo “Shuo Kua” do I ching:
Os 8 Trigramas
|
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| | |
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乾 qián
|
Céu
|
: : :
|
坤 kūn
|
Terra
|
| : :
|
震 zhèn
|
Trovão
|
: | :
|
坎 kǎn
|
Água
|
: : |
|
艮 gèn
|
Montanha
|
: | |
|
巽 xùn
|
Vento
|
| : |
|
離 lí
|
Fogo
|
| | :
|
兌 duì
|
Lago
|
Dessa citação resulta
claramente que os trigramas como membros da família simbolizam tanto as coisas
da natureza como os seres humanos, sendo, portanto, inequívoca, no simbolismo
dos signos baseado no princípio yin-yang, a correspondência entre a natureza e
a vida humana.
“DISSOLVO MEUS BLOQUEIOS, DESPRENDO-ME DO PASSADO E ESTOU LIVRE PARA
AVANÇAR”
Aproveite,
Alimente sua Floresta de Luz
sempre!
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