Bons dias sempre!
Que seu dia seja radiante como nos é a Luz do Sol e a
alegria refletida pela Lua.
"OFEREÇO-ME
PARA COOPERAR COM AMOR A FIM DE COMPARTILHAR A ABUNDÂNCIA DE MEU CORAÇÃO"
Parece mentira, mas não é!
Na conversa de hoje trazemos algumas informações sobre
o planeta, a nossa casa que nos abriga.
Compartilhamos hoje um trecho do livro “O Despertar da
Águia” do Leonardo Boff.
Boa leitura.
+ O PLANETA TERRA E A EMERGÊNCIA DA VIDA +
O planeta Terra é, entre todos os corpos celestes
conhecidos, singularíssimo. Sua posição face o Sol, o equilíbrio das forças
gravitacionais e eletromagnéticas e a grande abundância de água em estado
líquido levaram a uma pletora de espécies de moléculas. Decisivo foi o momento
em que ocorreu a diversificação das moléculas de carbono em cadeia, chamadas
também de moléculas orgânicas. Já os átomos de carbono, unidos a outros tipos
de átomos, mostram capacidade de formar ilimitado número de cadeias. Ao nível
molecular se conserva a mesma disponibilidade quase ilimitada de formação de
cadeias. Tal forma possível a existência de seres vivos, pois estes pressupõem
diversidade de reações moleculares.
A Terra começou a encher-se, no ar e nos mares, de
tais cadeias de moléculas orgânicas. Elas começaram m elaborar relações entre
si cada vez mais complexas. Essas redes criaram verdadeiras famílias de
moléculas que, através das reações, produziram os mesmos tipos de moléculas que
as integram. Sempre que verifica este tipo de organização, sem a qual algo não
existe, então se dão as condições para a emergência de um ser vivo. Trata-se de
uma criação, um autopoiese, uma auto-organização molecular na matéria. A vida
surge como consequência da complexificação crescente. Quando aparecem unidades
auto-organizadas, surge a vida. E surge de modo inevitável como resultado de um
longo processo evolucionário. Ela surge em muitos lugares e em vários tempos,
quem sabe em muitos milhões de anos, mas sempre quando se oferecem condições para
unidades auto-organizativas.
Como o mostraram notáveis cientistas, as condições favoráveis
à vida são anteriores ao aparecimento da vida. A própria vida na Terra foi
criando condições boas para si, no subsolo e no ar. Foi resistindo aos empecilhos,
foi se adaptando às mudanças e foi criando, com habilidade e muito custo, a
esfera que lhe fosse adequada, isto é, a biosfera. O esforço de adaptação foi
tão inteligente e sutil que até o oxigênio em estado puro, que era,
inicialmente, nocivo a vida, foi feito seu principal alimento. Mediante a
respiração, o oxigênio contido na atmosfera é transmutado em carbono (CO2) que
a fotossíntese absorve dando origem à biomassa e novamente ao oxigênio.
Tal fato fez suscitar a hipótese Gaia (divindade grega
pra designar a Terra), teoria que afirma ser o planeta Terra um imenso
superorganismo vivo. Nela os elementos todos – a decomposição físico-química dos
solos e dos ares, as rochas, as águas, os oceanos, os microorganismos, as
plantas, os animais, os seres humanos – jMia estão simplesmente justapostos uns
aos outros. Eles interexistem e co-existem. São de tal maneira interdependentes
e imbricados entre si que fundam um equilíbrio somente encontrável em seres
vivos, como um bosque ou um pântanos. Assim, constatou-se que as percentagens
de 21% de oxigênio, de 79% de nitrogênio na atmosfera e 3,4% da salinização dos
oceanos perduram inalterados já há milhões e milhões de anos, embora a
luminosidade do Sol tenha aumentado em 30%.
Vista de fora, a partir das naves espaciais que foram
a Lua, a Terra aparece como um irradiante globo azul e branco, ícone da cultura
planetária e de uma nova sacralidade. A partir da nave espacial Voyager que voa
já além do nosso sistema solar (por um bilhão de anos circunavegará ao redor do
centro da Via-Láctea), ela aparece como um pálido ponto azul, perdido no fundo
negro do universo.
De lá de cima, dizem eles, a Terra é tão pequenina que
cabe na palma de nossa mão. Esconde-se atrás de nosso polegar. De lá se apagam
todas as diferenças. Não há negros nem brancos, nem ricos e pobres, nem
excluídos e incluídos, nem capitalistas e socialistas. Terra e humanidade
formam uma única entidade. O ser humano é a própria Terra que sente, que pensa,
que ama e que venera. Os nacionalistas se esvaziam. Já não existem limites
entre as nações e descriminalização entre as raças. Todos somos Terra, nosso
único planeta azul-branco, dependurado na vasta escuridão do espaço. Planeta
amado, ameaçado e objeto de nossa preocupação por causa de seu futuro incerto.
Somos responsáveis por este pedacinho do universo que nos coube habitar.
Depende em grande parte de nós limitar e até suprimir a ação corrosiva do
buraco na camada de ozônio, impedir o aquecimento do efeito estufa e
impossibilitar o inverno nuclear. Caso contrário nosso planeta poderá perder perigosamente
seu equilíbrio e ser terrivelmente devastado.
Como escreveu o principal responsável pelo sucesso da
viagem da nave espacial Apollo 11 à Lua, Carl Sagan, as imagens da Terra vista
lá de fora “ajudaram a despertar nossa adormecida consciência planetária, elas
forneceram uma prova incontestável de que todos partilhamos o mesmo planeta
vulnerável. Elas nos lembraram aquilo que é importante e aquilo que não é”.
O ser humano pode transformar-se no anjo exterminador
da Terra. Se não mudarmos nossas atitudes para com a Terra, protegendo-a ao
invés de depreda-la, se continuarmos a acumular mais poder-dominação que
sabedoria, se persistirmos em fomentar mais egoísmo que cooperação, se
alimentarmos arrogância em vez de humildade e veneração pelo mistério do
universo, seguramente conheceremos o caminho dos dinossauros. Provavelmente
devastaremos o planeta e nos autodestruiremos como espécie.
Mas o ser humano é chamado a ser o anjo da guarda da
Terra, a conviver com as demais espécies e a contemplar a obra de Deus deixada
intencionalmente incompleta. Fomos criados criadores e co-criadores.
Tudo no universo está em processo de gênese. Também a
vida. Historiemos, suscintamente, as principais estações. Do mar de lava em
fusão, consolidaram-se as rochas, por volta de 4 bilhões de 600 milhões de anos
atrás. Em seguida veio o ciclo da atmosfera, fruto dos gases que escaparam do interior
da Terra mediante os vulcões que eram em seu tempo muito ativos. Depois veio o
ciclo da água, também proveniente do interior da Terra e do intenso bombardeio
de meteoritos de gelo que ajudaram a formar os oceanos e as bacias fluviais.
Por fim, emergiu, como referimos acima, a
diversificação das moléculas orgânicas. A análise da luz que vem do universo
constatou-se que os espaços cósmicos estão atravessados por uma nuvem finíssima
de partículas microscópicas, a poeira estelar. Elas contém moléculas
virtualmente biogênicas. Quer dizer, combinações extremamente reativas ao carbono,
hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e silício. Esses são os tijolinhos
básicos dos organismos vivos. Tais elementos se encontram em profusão nos
meteoritos e nos cometas que se compõem fundamentalmente de gelo e de poeira
cósmica.
Não basta o padrão de organização. Temos que
considerar os materiais físicos, químicos, o meio ambiente, o tipo de
combinação e de relação que se realiza para que surja o organismo vivo
concreto. É a estrutura. Através dela cada ser vivo ganha uma forma própria.
Assim o padrão cavalo aparece na forma de cavalo pantaneiro, cavalo árabe,
cavalo comum. Todos são cavalo, mas do seu jeito, com sua estrutura singular.
A vida, pois, resulta de um processo de auto-organização
complexíssima da matéria e da energia do universo que forma a teia da vida, que
vem da mais alta ancestralidade. Foi adquirindo complexidade e emergência ao
longo de todo o processo da evolução, até ganhar uma forma singular,
consciente, inteligente e amorosa no ser humano.
Em 1952, na Universidade de Chicago, cientistas
simularam as condições presumíveis da Terra 3,8 bilhões de anos atrás. Fizeram
passar uma descarga elétrica numa mistura complexa de muitos elementos, dos
quais o hidrogênio, o metano, o oxigênio eram os principais, junto com água
fervendo. Depois de uma semana formou-se um líquido marrom. Nele, surpreendentemente,
detectaram-se componentes orgânicos e aminoácidos, básicos para a formação da
vida. Com toda a certeza, a cadeia ADN que está em todos os seres vivos é muito
mais complexa que esta experimentação. Mas ela nos fornece, pelo menos, os
indícios da auto-organização da matéria que é o segredo da emergência da vida.
Aproveite.
Alimente sua Floresta de Luz sempre!
Alimente sua Floresta de Luz sempre!
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