quarta-feira, 13 de abril de 2016

TAOISMO - A EXPERIÊNCIA DO TAO NA DOUTRINA INTERIOR





Bons dias sempre!

Bem vindo seja a esta floresta, permita-se dar e receber a luz do conhecimento.

Que seu dia seja radiante como nos é a Luz do Sol e a alegria refletida pela Lua.

"PARA O TAO, A VIRTUDE É O MESMO QUE AS ASAS PARA O PÁSSARO. SE FALTA UMA, A OUTRA É INÚTIL. POR ISSO, DEVER-SE-IA FAZER UM ESFORÇO COM O CORAÇÃO PURO EM RELAÇÃO À LEALDADE, AO RESPEITO INFANTIL, À HUMANIDADE, À JUSTIÇA E ÀS CINCOS LEIS (DO BUDISMO)."

Muito se fala sobre as maravilhas Teosóficas do oriente, porém, em nossa atual sociedade, pouco se explica realmente sobre os pilares de algumas das teosofias vivenciadas por estes povos e que hoje se encontram convivendo com a sociedade que reside no ocidente.

Hoje, seguimos uma de nossas séries de compartilhamentos de algumas dessas antigas filosofias que até hoje mantem vivas suas tradições e práticas, abordamos hoje sobre o Tao, ou Taoísmo.

Nesta Teosofia, ao compararmos com muito que se tem no mundo ocidental quando falamos de espiritualidade e auto-conhecimento o chamado "taoísmo" encontra-se fundamentado em três pilares, sendo eles:

1 - Ti, O Soberano Celeste.
2 - T'ien, O Céu.
3 - Tao, A Estrada.

Aos muito curiosos de plantão, esclarecemos que as informações apresentadas aqui foram extraídas de livros básicos, necessários e fundamentais aos estudantes desta filosofia, entre eles o mais consultado é o livro "A Doutrina da Flor de Ouro" considerado por muitos adeptos uma obra clássica do segredo da flor de ouro, sendo assim, conhecido como um texto básico da meditação taoísta da China do século XII.

A conversa de hoje é uma continuação do que foi compartilhado no dia 5 de Fevereiro, onde apresentamos a você o que seriam os conceitos básicos sobre estes três pilares antes de chegarmos na mensagem de hoje, que é a experiência do Tao na doutrina interior.

Boa Leitura!

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A doutrina ocidental é uma ciência que procura compreender o "Tao" do modo mais objetivo possível e explicá-lo como fenômeno psíquico individual, em contrapartida, no Taoísmo oriental, trata-se de criar uma atitude subjetiva diante da vida, em que o exercício desempenha importante papel, objetivando permitir a manifestação do Tao na vida cotidiana. Sem o caminho da introspecção profunda e ampla, carecemos da experiência para compreender o processo do caminho interior através das paisagens telúricas do inconsciente, correríamos o risco de nos perder nas suas sombras.

O principal interesse dessa doutrina é a "Circulação da Luz", porque a "Flor de Ouro" representa a "luz" do yang puro que é experimentado na quietude do yin puro da introspecção profunda da meditação. Na Doutrina da Flor de Ouro, a "conscientização" significa a manifestação do Grande Uno, a circulação através de duas esferas - Homem e Tao, humano e divino, consciente e inconsciente - é descrita da seguinte maneira: 

"O centro dessa circulação está situado entre os olhos". Como os olhos representam a consciência profunda, o "centro" da circulação, onde ocorrem as mudanças do micro/macrocosmo como manifestação do Tao pode ser chamado de "Terceiro Olho", simbolizando assim uma consciência de nível superior, nascida da transcendência do consciente e do inconsciente.


+ A EXPERIÊNCIA DO TAO NA DOUTRINA INTERIOR +

O Chou I Ts’na T’ung Ch’i, de Wei Po-yang, é a mais antiga fonte ainda conservada da doutrina do Elixir de Ouro. Essa obra explica o ensinamento do Tao – com base na filosofia do I ching ou Chou i, segundo seu título – como a penetração no segredo do Grande Uno ou mundo do I, como um processo contínuo, harmonioso e dinâmico do Tao-yin-yang no micro/macrocosmo ou como unificação com o Grande Uno por meio do exercício de “sentar-se em silêncio”.


+ A HISTÓRIA DO TAOÍSMO

Inicialmente, é importante distinguir os dois ramos do Taoísmo: 1. O taoísmo como Filosofia (Tao  Chia), como doutrina não religiosa; e 2. O taoísmo como religião (Tao Chiao), como culto, seja este profano (taoísmo popular), ou sagrado. O primeiro é representado pelos conhecimentos clássicos dos séculos VI e IV a.c., enquanto o último foi organizado pela primeira vez, como culto influenciado pelo budismo, por Chang Li, na dinastia Han mais recente, após a introdução do budismo na China por volta do início da era cristã. No entanto, ambas as formas do taoísmo existiram simultaneamente na China antiga, uma ao lado da outra.


+ TAO CHIAO – O TAOÍSMO COMO CULTO

Quando, aconselhado por Tung Chung-shu o imperador Wu Ti declarou que o confucionismo seria a doutrina oficial, já existiam diversas escolas filosóficas, entre elas a Tao Chia que ocupava lugar posição de liderança. Com o decreto do imperador, a Tao Chia perdeu a sua posição de superioridade, mas, em compensação, tornou-se cada vez mais conhecida pelo povo. Isso porque a doutrina do Tao se coadunavam facilmente com a forma popular secularizada no Tao Chiao.

O Tao Chiao, fundado por Chan Ling, continuou a ser ensinado por seu filho Chang Heng,e mais tarde pelo neto Chang Lu. Denominado Tao dos Cinco Calamins de Arroz ou Tao do Mestre Divino, ele parece estar em relação estreita com os Turbantes Amarelos de Chang Chiao,no período Ho-kuang. Parece que ambas as direções exerceram grande influência sobre o povo, graças à cura de doentes: o Tao dos Turbantes Amarelos por meio de fórmulas mágicas e água sagrada e o Tao dos Cinco Calamins de Arroz mediante fórmulas mágicas e amuletos.

Segundo as memórias de Hsiang K’ai, o imperador Huan Ti, da dinastia Han mais recente, teria venerado tanto a Buda como a Lao-tzu, e essa duplicidade de culto teria sido largamente difundida entre os cortesãos e suas famílias. Essas memórias fazem crer que o budismo tenha chegado à China sob a capa do culto ao Tao, pois o budismo já estava grandemente desenvolvido e organizado na China, e exercia grande influência em ambos os cultos do Tao.

O Tao Chiao floresceu sob a dinastia T’ang, porque a família imperial tinha o nome Li, o mesmo de Lao-tzu. Mas, sob a dinastia T’ang, floresceu, antes de tudo, o budismo chinês, que exerceu influência em todas as esferas da vida. Sofrendo essa dupla influência do budismo e do taoísmo, o confucionismo começou a se transformar, e confucianos famosos como Han Yu e Li Ao, prepararam o caminho para o neoconfucionismo. O culto do Tao como religião recebeu igualmente forte impulso do budismo e do confucionismo e preparou, desse modo, o caminho para as três ordens taoístas fundadas no século XII.


+ O NEOTAOÍSMO

O confucionismo Han, fundado por Tung Chung–shu ressalta a doutrina da sintonia entre o homem e a natureza, uma convicção profundamente arraigada na filosofia chinesa, e, por isso, se ocupa pormenorizadamente dos fenômenos naturais. O neotaoismo, contudo, passou por cima desses fenômenos, buscando uma realidade que, em tempos de transformação e confusão, fosse capaz de oferecer um princípio de vida, e as idéias e formulações que os neotaoístas encontraram, em sua busca de uma realidade acima das coisas, tornaram-se orientadoras para o budismo posterior e também para o neoconfucionismo.

O objetivo do neotaoísta, que é a realidade superior do não–ser original, equipara-se ao desejo da imortalidade do culto secular do Tao, para o qual a individualidade verdadeira e absolutamente livre transcende o mundo fenomenal da sociedade corrompida, da transformação e de confusão. A experiência dessa liberdade absoluta do homem interior é equiparada, na doutrina do Elixir Interior, ao Tao onipresente no micro/macrocosmo, e isso é claramente exposto pela primeira vez no Chou I Ts’na T’ung Ch’i.


+ CHOU I TS’NA T’UNG CH’I

Aproximadamente na mesma época em que tiveram início, no neotaoismo, o taoísmo religioso e o filosófico, Wei Po-yang escreveu a obra Chou I Ts’na T’ung Ch’i. Como o título sugere (penetração, identificação, unificação com o mundo das alterações – isto é, com o Altíssimo – do Chou), a obra descreve a experiência do Altíssimo, da Flor de Ouro do Tao-yin-yang, segundo a doutrina do Elixir Interior, a experiência que se obtém por meio da respiração durante a meditação baseada na filosofia do I ching e do I da escola Han, a experiência das alterações tais como foram praticadas pelo oráculo das imagens e dos números, no primeiro período Han.


+ A COSMOLOGIA DO I CHING

Aos novos que chegam nesta informação, mesmo já tendo ouvido sobre o I ching, saiba que a base dele é constituída por oito trigramas (pa-kua), sendo cada um deles composto de uma combinação de três traços partidos (yin) e três traços inteiros (yang), portanto: |||  :||   |:|   ::|   ||:   :|:   |::   ::: . Cada dois desses oito trigramas são combinados num hexagrama de seis linhas, o que dá como resultado 64 hexagramas diferentes.

Segundo a tradição, os oito trigramas e alguns dos hexagramas remontam ao lendário imperador Fu Hsi e outros hexagramas ao rei Wen, um do fundadores do Chou. Continua, no entanto, a dúvida acerca de seu autor. O apêndice do I ching, conhecido pela designação de “dez asas”, é atribuído a Confúcio.

A doutrina do yin–yang já era conhecida nos tempos mais remotos. No período Ch’un Ch’iu, os signos “ch’ien, o céu; k’um, a terra, e ao mesmo tempo, a mãe; sun, o vento; li, o fogo; ken, a montanha; chen, o trovão e o filho mais velho; k’an, a água” também eram conhecidos. Essa concepção, ampliada da maneira abaixo indicada, aparece com base no yin-yang no capítulo “Shuo Kua” do I ching:


Os 8 Trigramas
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 qián
Céu
: : :
 kūn
Terra
| : :
 zhèn
Trovão
: | :
 kǎn
Água
: : |
 gèn
Montanha
: | |
 xùn
Vento
| : |
 
Fogo
| | :
 duì
Lago

Dessa citação resulta claramente que os trigramas como membros da família simbolizam tanto as coisas da natureza como os seres humanos, sendo, portanto, inequívoca, no simbolismo dos signos baseado no princípio yin-yang, a correspondência entre a natureza e a vida humana.


“DISSOLVO MEUS BLOQUEIOS, DESPRENDO-ME DO PASSADO E ESTOU LIVRE PARA AVANÇAR”


Aproveite,
Alimente sua Floresta de Luz sempre!


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